Disease stories: uma produção colaborativa como estratégia de ensino-aprendizagem no ensino superior
INTRODUÇÃO
Educadores têm se dedicado para elaborar estratégias de ensino que possam favorecer a construção do conhecimento e o desenvolvimento das habilidades e competências necessárias para que os estudantes possam viver com plenitude no século XXI. Nesse sentido, o desenvolvimento colaborativo de jogos pode ser uma estratégia interessante, pois os estudantes atuam como sujeitos do processo educacional, favorecendo o desenvolvimento da autonomia, do trabalho colaborativo e da criatividade (DIAS e FARBIARZ, 2020).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Estudantes do curso de biomedicina (n=14) foram desafiados a elaborar, de forma colaborativa, um jogo sobre doenças infecciosas e parasitárias (DIP). Disease Stories foi desenvolvido a partir da adaptação do Black Stories (Galápagos Jogos, 2017, 2ª edição). Para isso, cada estudante ficou responsável pelo desenvolvimento de 3 a 4 cartas do jogo. Para elaborá-las era necessário pesquisar e selecionar artigos científicos com relatos de casos envolvendo as DIP que lhe foram atribuídas. Esses artigos precisavam apresentar as principais características das DIP, como dados epidemiológicos, formas de transmissão, sinais e sintomas, permitindo a identificação de cada doença a partir dessas informações. A partir dessas informações as “pistas” eram elaboradas e disponibilizadas na parte da frente das cartas criadas. No verso das cartas havia um breve resumo do caso clínico com a respectiva referência do artigo científico.
Para verificar se as pistas desenvolvidas eram satisfatórias, era realizado um pequeno playtest, no qual o elaborador da carta lia a pista para a turma e os demais estudantes formulavam perguntas que pudessem ser respondidas com sim ou não até que conseguissem descobrir a doença apresentada pelo paciente. Caso a “pista” não estivesse clara, era necessário reformular a sua redação, considerando as sugestões dadas pelos demais estudantes. Para garantir a qualidade do material produzido a avaliação foi processual realizada conforme ilustra a imagem a seguir.
Figura 1: Ao longo do semestre foram produzidas 41 cartas envolvendo viroses, bacterioses, protozoonoses, micoses e verminoses.
Durante o desenvolvimento do projeto os estudantes aprenderam a consultar os bancos de dados com artigos científicos; construíram conhecimentos acerca das DIP estudadas, correlacionado a teoria com a prática clínica descrita nas publicações; desenvolveram o senso crítico necessário para selecionarem os artigos; aprimoraram a escrita; desenvolveram a criatividade, a autonomia e o trabalho em equipe.
CONCLUSÕES
A construção colaborativa do jogo de cartas pode ser proposta para promover o engajamento, a cooperação e a construção do conhecimento no ensino superior.
REFERÊNCIAS
DIAS, C. M.; FARBIARZ, J. L. Criação de jogo analógico na Educação Profissional em Saúde: colaboração e dialogismo no desenvolvimento de um olhar crítico.In: Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital, 19., 2020. Anais.
Texto extraído do trabalho apresentado em 21 de abril de 2021 no IV Encontro Nacional de Jogos e Atividades Lúdicas no Ensino de Química, Física e Biologia.
Texto submetido:
Apresentação disponível em:

